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Coopeavi sedia testes do principal instituto de qualidade de café do mundo

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Degustadores da Coopeavi e de outras cooperativas capixabas passaram por exames do CQI para prova de conilon especial

O laboratório da Pronova Coffee Stories, sede do Negócio Café da Cooperativa Agropecuária Centro Serrana (Coopeavi), em Venda Nova do Imigrante (ES), sediou, de 16 a 19 de agosto e de 29 de agosto a 3 de setembro, uma iniciativa inédita para certificar internacionalmente degustadores ligados à Coopeavi e outras cooperativas capixabas na prova de café “Fine Robusta-Conilon” ou canephora.

Um grupo de 16 profissionais, sendo cinco da Coopeavi, passou por exames para obtenção da licença Q Robusta Grader, do Coffee Quality Institute (CQI), considerado a mais importante na certificação de cafés especiais do mundo. Sob instrução do americano Joel Shuler (CQI), os testes aconteceram na segunda etapa do Programa de Capacitação e Certificação R-Grader Coffee Company, uma realização da OCB/ES, Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/ES) e Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA).

Os degustadores fizeram provas teóricas e de cupping para ingressarem no seleto grupo de profissionais certificados para a prova de “Fine Robusta-Conilon” ou canephora, conhecidos no meio pela sigla “R Grader”. O foco de atuação R Grader é o comércio de café com qualidade certificada. Com a licença do CQI, o profissional se torna apto a avaliar a diferença de cafés de várias origens.

Segundo o coordenador de Café Especial da Coopeavi, Carlos Altoé, um dos participantes do programa, o café canephora apresenta algumas padronizações diferentes, a exemplo da salinidade, que não é trabalhada sensorialmente no arábica. “O programa atende às novas exigências do mercado, e nós precisamos capacitar os degustadores para estarem aptos a reconhecer a qualidade do produto”.

Para o gerente executivo de Café da Coopeavi, Giliarde Cardoso, a certificação mostra o espaço atualmente ocupado pelo conilon no mercado de cafés especiais e que, ao profissionalizar os degustadores, contribui para o reconhecimento do potencial da espécie.

“Já há muitos anos, a cooperativa investe no mercado de conilon especial. Uma prova disso é o Prêmio Pio Corteletti, com mais de 12 anos e que desde o lançamento contempla a categoria ‘conilon especial’. De lá pra cá, vimos muita coisa evoluir, tanto na relação com os produtores, que vêm fazendo um excelente trabalho, quanto na própria relação com o mercado em si, que cada vez mais se mostra maduro e aberto para este produto”, analisa Cardoso.

O analista de Mercado do Sistema OCB/ES, Alexandre Ferreira, afirma que o “R-Grader Cooffe Coop” é a realização de um sonho, pois foram anos de planejamento e inúmeros desafios superados. “Tudo isso vem ao encontro do trabalho de qualidade que é realizado com muito esmero pelas cooperativas em prol dos cooperados. Ressalto o papel fundamental do Sistema OCB/ES e do Sebrae/ES, que acreditaram e entenderam a necessidade desses investimentos e vislumbraram os resultados que eles trarão aos cooperados e demais produtores capixabas. É o maior número de profissionais capacitados com esse conjunto específico de ações dentro de um programa setorial que envolve o cooperativismo, e estamos com grandes expectativas dos frutos que colheremos a partir desses investimentos”.

Programa é o 1º do Brasil a usar Kit de sabores do café

Os 16 provadores participantes do programa foram também os primeiros profissionais brasileiros a usarem uma metodologia inédita em treinamentos nessa área. Trata-se do kit de sabores de café, desenvolvido pelo consultor em Gestão Sensorial de Bebidas e Alimentos Ensei Uejo Neto (The Coffee Traveler), que ministrou a primeira etapa, de 16 a 19 de agosto.

Produzido pela indústria farmacêutica inglesa FlavorActiV, o kit conta com cápsulas coloridas contendo atributos e defeitos, sem o risco de contaminação para os profissionais responsáveis em atestar a qualidade da bebida. As cápsulas podem ser colocadas na água ou diretamente na xícara de café para ampliar a experiência sensorial dos degustadores.

Ensei Neto levou dois jogos (seis com defeitos e a mesma quantidade com atributos), que conseguem replicar mais de 30 casos possíveis na prática profissional. “O kit completo tem 18 cápsulas, mas conseguiu resumir a dois jogos para ficar mais acessível e prático, e isso democratiza o treinamento dos provadores”, disse Ensei.

De acordo com o consultor, o projeto com sabores de café já foi homologado pela Specialty Coffee Association (SCA)/Coffee Quality Institute (CQI), que tornou o kit material oficial para esse tipo de treinamento. “Diferentemente da prova real, as cápsulas não apresentam risco no consumo. Defeito com café tem que se ter medo, porque, caso o degustador se descuidar e engolir, pode se intoxicar com as toxinas. E o kit vem contribuir para aumentar a qualidade dos cafés. Se o comprador detecta terra, por exemplo, não fecha negócio, pois contém toxina cancerígena”, explicou.